Quando fiquei
sabendo do internato, achei que por um lado seria legal. Mas quando eu cheguei
lá, percebi que seria totalmente contrario; o muro parecia de prisão, enorme e
sujo, mas não pichado, o portão era dourado enferrujado tentando parecer
celestial.
Quando desço
do táxi, eu mal saio e o taxista já acelera me deixando sozinha numa tarde
escura em um lugar sombrio e muito diferente daquilo que já tenha visto. Vou
chegando perto do portão e olho por dentro, lá dentro é um corredor com um poço
cheio de musgo. Olhando em volta, pela rua, percebo que estou no meio do nada a
rua é de pedra e terra e do outro lado tem mato e mais mato.
- Quem é
você? ‘’Sra. Creeppy’’?
Eu sigo a
cabeça de onde vem a voz e encontro a diretora, uma mulher inchada e com
cabelos castanhos escuros:
- Olá. Sim,
sim sou eu.
- Entre logo
então. Não fique me enrolando!
- Desculpe-me
não foi a intenção – digo entrando.
- Cale a
boca. Agora você faz parte do internato, está sob minhas ordens.
Assim que
entro sinto um ar congelante batendo em mim, como se um gigante de gelo
estivesse arrotado em mim.
- Desculpe. O
que devo fazer?
- Você começa
amanha. Passe na minha sala mais tarde, para pegar suas coisas. – diz ela indo
embora.
Decido em
primeiro que vou achar alguém que me ajude, pois aquela moça não contribuiu
nada.
Andando
percebo que está tendo aula e ninguém vai me ajudar. Mas mudo de pensamento
quando vejo um garoto de cabelos negros andando, de costas para mim.
- Ei, espere!
Moço.
Ele continua
andando como se não estivesse ouvindo, corro em direção a ele e toco em seu
ombro. Ele para, aliás, é como se o mundo tivesse parado, é aquele mesmo ar
congelante, só que realmente me congelando, sinto minhas veias dilatarem a cabeça
formigar, e o meu nariz começar a sangrar. Morrendo de tontura, encosto-me a
uma árvore e sento devagar no chão. Tento olhar quem era aquele homem. Mas não
encontro ninguém.
‘’O que foi aquilo?’’
Pergunto para
mim mesma a todo minuto, tento parar o sangramento do nariz com a mão:
- Sr Creeppy?
O que a senhorita está fazendo? – é a mesma diretora de antes
- Diretora,
estou passando muito mal.
- Obvio que
está, está se drogando!
‘’O que?’’
-Venha para
minha sala agora, e leve a droga.
- Diretora,
não é isso.
‘’Quem era aquele homem?’’
Me levanto, o
sangramento parou, olho para trás e o mesmo homem está do lado da árvore que eu
estava, me observando com olhos prateados, e enormes asas cinzas.
Como eu nunca soube disso? Que incrível *--*
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